A história do Porto do Recife se confunde com a da cidade que nasceu e cresceu ao seu redor ao ponto dessa dever a ele o próprio nome.
O povoado do Arrecife dos Navios hoje é muito maior que o seu porto.
Mas não dá para separar a história de um e de outro. O Porto e o Recife, historicamente, são a mesma coisa.
A memória dessa história, no entanto, apesar de riquíssima, ainda não se encontra devidamente valorizada e divulgada.
A Coleção Porto do Recife - Barcos Históricos é um resgate dessa memória de um ponto ainda não explorado: os barcos e os navios que passaram por aqui.
Mostra modelos de navios como a Zutphen, fragata do século XVII que trouxe Maurício de Nassau. Também o Beagle, o brigue no qual se encontrava embarcado Charles Darwin. Talvez poucos saibam, mas navio e cientista ficaram no Recife por semanas.
A Coleção tem ainda embarcações como o Santa Maria, que foi o primeiro caso de sequestro de navio que se tem notícia, e que só terminou no Recife, após uma perseguição envolvendo as marinhas da Inglaterra e dos Estados Unidos.
Outro barco que merece registro é o Saveiro. Rebocador, na década de oitenta, comandado pelo prático Nelcy da Silva Campos, levou para alto mar o petroleiro Jatobá, carregado de 1.500 toneladas de gás, que se incendiou e ameaçava explodir, destruindo uma parte considerável da cidade.
Todos os modelos são feitos numa técnica inovadora, que utiliza materiais comuns, como papel, papelão, cola branca e linhas.
As reproduções são baseadas em extensa pesquisa iconográfica.
Este catálogo contém alguns modelos da Coleção Porto do Recife - Barcos Históricos. E é um convite para se conhecer mais de perto fatos, personagens e navios que fizeram a história da cidade. E entender porque a maior parte dela passou necessariamente pelo Porto do Recife.
Clementino Cabral